PALESTRAS/REUNIÕES PÚBLICAS

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Vila da Penha/RJ
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PALESTRAS/REUNIÕES PÚBLICAS - Às 4ª e 6ª feiras às 20 hs. e aos sábados às 15 hs

MARÇO - 2013

6ª feira -01 - Expositor/Tema: Jorgina Souza/Encarnação uma Lei Divina

Sábado - 02 - Expositor/Tema: Estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo

4ª feira - 06 -
Expositor/Tema: Luiz Antonio A de Souza/A Casa Espírita esta atendendo à causa Espírita?

6ª feira - 08 -
Expositor/Tema: Stela Pereira/Voz da Consciência

Sábado - 09 -Expositor/Tema: Estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo

4ª feira - 13 -
Expositor/Tema:Deuza Nogueira/Justiça social: uma questão de amor ao próximo

6ª feira - 15 - Expositor/Tema: Eduardo Henrique/A fórmula da caridade

Sábado - 16 - Expositor/Tema: Estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo

4ª feira - 20 -
Expositor/Tema: Wilsom Ribeiro/A fé transporta montanhas

6ª feira - 22 - Expositor/Tema:Rosane Moreira/O Evangelho e a atualidade

Sábado - 23 - Expositor/Tema: Estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo

4ª feira - 27 - Expositor/TemaCláudio Amaral/Despertar da Consciência: uma nova visão da vida

6ª feira - 29 - Expositor/Tema: Prece aos Desencarnados - Marcos Nunes/Vigiemos e Oremos-Parábola dos 1º Lugares

Sábado - 30 - Expositor/Tema: Estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo



ESDE - ESTUDO SISTEMATIZADO DA DOUTRINA ESPÍRITA
Dia/Horário: todas as 2ª feiras às 19 hs

(São comtemplados todos os livros do Pentateuco, com os alunos divididos em grupos de estudo)


ESTUDO DAS OBRAS DE ANDRÉ LUIZ
Todas as 6ª feiras às 18:30h


ATENDIMENTO FRATERNO
ÀS 6ª feiras à partir das 18 hs.





quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Nossos Endereços Eletrônicos

Muita PAZ! Que brilhe a vossa LUZ!
GRUPO ESPÍRITA CASA DO CAMINHO
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Calendário 2010/2011

CALENDÁRIO DE NOSSAS ATIVIDADES 2010/2011

Recesso para as festas de final de ano:
de 23/12/2010 até 18/01/2011

Recesso de Carnaval:
de 05 até 09 de março de 2011

Reuniões Públicas
Retorno em 19/01

A Maledicência Nossa de Cada Dia


A Maledicência Nossa
de Cada Dia

(Texto adaptado de Vinícius e Rodolfo Caligaris)
                                       
“Ó homens! Quando será que julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos ocupardes com o que fazem vossos irmãos?
Quando só tereis olhares severos sobre vós mesmos?” (José, Espírito Protetor )

“Toda a palavra ociosa que falarem os homens, darão conta dela no dia do juízo.” (Mat. 12:36).
           
“Os maldizentes não entrarão no reino de Deus.” (I Cor. 6:10)

            “Nenhuma palavra má saia de vossa boca, senão só a que seja boa para edificação da fé, de maneira que dê graça aos que a ouvem.” (Ef., 4:29).

            “Evita o falatório vão e profano, porque produzirão maior impiedade.” (II Tim., 2:16).

            Atentos a essas advertências e exortações, tratemos então de exercer severo controle da língua, utilizando os sagrados recursos de expressão que a bondade de Deus nos há concedido, com  a mesma dignidade e pureza com que Jesus, conversando, nos legou essa maravilha, que é a Doutrina Cristã
             “Antes de falardes — aconselha um sábio mestre espiritual —, tende o cuidado de examinar se aquilo que ides dizer satisfaz a estes três requisitos: ser verdadeiro, agradável e animador; do contrário, deixai-vos ficar calados.”
            Infelizmente, não aprendemos ainda a virtude do silêncio e, o que é pior, experimentamos um prazer imenso em falar desnecessariamente e em demasia, descambando, muitas vezes, para a maledicência, sem sequer nos apercebermos disso.
            Basta que duas ou mais pessoas nos reunamos em conversação livre, para que, instantes depois, já estejamos a dizer mal dos outros.
Aos cristãos não é novidade a idéia de se combater a maledicência porque ela não se coaduna com os deveres sagrados da caridade e o apóstolo Tiago já alertava aos seus companheiros sobre o veneno mortífero da língua indisciplinada, concitando-os: “Irmãos, não faleis mal uns dos outros.”
Hábito realmente infeliz que derrama a inferioridade moral da criatura que o realiza sempre que surge a oportunidade.
É um ácido que consome as pessoas e suas relações instalando a desconfiança entre os indivíduos e grupos; edificando um clima de cinismo nos ambientes onde se desenvolva, resultando no uso da falsidade e da hipocrisia, pela insegurança que gera nas expectativas que as pessoas depositam umas nas outras.
Essa deformidade do espírito consegue alastrar-se aceleradamente porque o assunto em pauta, nas falas maledicentes, é cercado de incertezas que se faz o “impossível” para deixar-se no ar, a fim de que seus autores não se comprometam e consigam manchar o nome daquele que é o alvo do comentário infeliz, pelos motivos mais ignóbeis que possamos imaginar.
Assim é que o maledicente lança as suspeitas sobre a conduta dos outros, fala deles como se alguém lhe tivesse outorgado o direito de julgar a vida do próximo, estabelecendo um puritanismo medíocre que mal camufla recalques interiores.
É tão estranha a conduta maledicente, que nos faz recordar o adágio que diz “quem desdenha quer comprar”, o que equivale dizer que o alvo do maledicente parece ser item de sua cobiça,
Sem querer fazer extensa caracterização da maledicência, podemos dizer que ela pode ser graduada do comentário menos digno até as armações bem urdidas por quem usa da mentira, mesmo que isso gere sofrimento nas vidas que atinge.
Parece-nos que para nós espíritas, que procuramos nossa identificação com o Mestre Jesus, através da nossa transformação moral, é importante identificarmos a raiz desse flagelo, a fim de que venhamos vencê-lo. Aliás, cabe aqui uma lembrança:  o espírita nunca faz fofoca, sua fala é sempre “um comentário construtivo” para o bem geral, e que comentário hein?
As vezes, sabe Deus onde vai parar... Reconheçamos, sem hipocrisia, que embora sejamos espíritas não somos ainda uma flor de perfeição.
Desse modo, verificamos que a maledicência está, sem sombra de dúvida, radicada na inferioridade evolutiva do ser que a produz, precisando ser combatida através do auto  conhecimento e da renovação interior, caso queiramos galgar passos positivos em nossa evolução. Tal intento somente pode acontecer pelo exercício insistente da caridade, que neste caso, pode ser efetuada pelo uso da indulgência em relação aos outros.
São os Espíritos Superiores que nos recomendam: “(...)sede severos para convosco, indulgentes para com as fraquezas dos outros; é ainda uma prática da santa caridade que bem poucas pessoas observam (...).”
Eles nos apontam assim, o caminho da austeridade em relação a nós mesmos, na disciplinada melhora moral e no trabalho redentor, de tal forma que venhamos a olhar com bondade as imperfeições, as atitudes menos dignas de nossos irmãos; porque crer-nos superiores aos outros, investidos do direito de os julgarmos e lhes endereçarmos normas de conduta, seria indício de orgulho e total insensatez, pois bem sabemos que todos possuímos más tendências a vencer.
Irmãos, não podemos ser tão infelizes ao ponto de não aproveitarmos a luz que a Doutrina Espírita nos traz, precisamos abandonar os comportamentos farisaicos que nutrimos por esses séculos a fora, substituindo-os por atitudes mais evangelizadas, mais coerentes com a nossa proposta de fé raciocinada, de modo que possamos ser realmente cristãos, fraternos, justos e solidários uns com os outros, evitando-se a satisfação mórbida de cuidar da vida alheia, quando mal damos bom rumo à nossa.
É indispensável, nesse exercício de banir o hábito de falar mal dos outros, que nos espiritizemos por dentro, negando-nos a fazer análises das ações de nossos companheiros de jornada ou propondo regras comportamentais com base em nossa maneira obliqua de ver o mundo. Somos convidados sim, a contribuir com o progresso geral, mas não salvando os outros através da violência de nosso verbo menos são. A contribuição que a vida nos pede, por já sabermos das verdades espirituais, consiste em darmos o exemplo digno dos que são felizes porque conhecem Jesus através do Espiritismo e  aproveitam os salutares ensinamentos dos Espíritos do Senhor!  

Gentilezas Salvadoras


Gentilezas Salvadoras

Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas
nunca se desmente:
é o mesmo, tanto em sociedade, como na intimidade. 
(Alan Kardec. E.S.E.Cap. IX. Item 6.)

Quando você afasta do piso uma casca de fruta deixada pela negligência de alguém, não pratica apenas um ato de gentileza. Evita que algum desavisado escorregue, sofrendo tombo violento.
Ao ceder o lugar no transporte coletivo a um ancião, você não realiza um gesto de cortesia somente. Atende a um corpo cansado, poupando as energias de quem poderia ser seu genitor.
Se você oferece braço moço à condução de um volume, poupando aquele que o carrega, não pratica unicamente uma delicadeza. Contribui fraternalmente para o júbilo de alguém que, raras vezes, encontra ajuda.
Portando a boa palavra em qualquer situação, você não atende exclusivamente à finura do trato. Realiza entre os ouvintes o culto do verbo são, donde fluem proveitosos e salutares ensinamentos.
Bom dia, vá com Deus, sorrisos, são fortes antídotos que você doará aquele irmão, que muita vez está à beira de um descontrole fatal.
Silenciando uma afronta em público, você não atesta apenas o refinamento social. Poupa-se à dialogação violenta, que dá margem a ódios irremediáveis.
Silenciando, não passando à frente comentários infelizes a respeito do próximo, você se protegerá contra os vibriões da intriga.
Se você oferece agasalho a algum desnudo, não só atende à delicadeza humana, por filantropia. Amplia a cultura da caridade pura e simples.
Ao sorrir, discretamente, dando ensejo a um desafeto de refazer a amizade, você não age tão-somente em tributo à educação. Apaga mágoas e ressentimentos, enquanto "está no caminho com ele".
Procurando ajudar um enfermo cansado a galgar e vencer dificuldades, você não procede imbuído apenas de gentileza. Coopera para que a vida se dilate no debilitado, propiciando-lhe ensejos evolutivos.
Atendendo impertinente criança que o molesta, num grupo de amigos, você não se situa só na formosura da conduta externa. Liberta um homem futuro de uma decepção presente.
No exercício da gentileza, a alma dilata recursos evangélicos e vive o precioso ensino do Mestre ao enfático doutor da lei, com afabilidade e doçura, quando Ele afirmou: "Vai e faze o mesmo!"   (Divaldo P. Franco. Da obra: Glossário Espírita-Cristão. Ditado pelo Espírito Marco Prisco)

Onde os Oceanos se encontram


ONDE OS OCEANOS SE ENCONTRAM
(Marina Colasanti)

Onde todos os oceanos se encontram, aflora uma ilha pequena. Ali, desde sempre, viviam Lânia e Lisíope, ninfas irmãs a serviço do mar, que no manso regaço da praia, vinha depositar seus afogados.
Cabia a Lânia, a mais forte, tirá-los da arrebentação. Cabia a Lisíope, a mais delicada, lavá-los com água doce de fonte, envolvê-los nos lençóis de linho que juntas teciam. Cabia a ambas devolvê-los ao mar para sempre.
E na tarefa que nunca se esgotava, passavam as irmãs seus dias de poucas palavras.
Foi num desses dias que Lânia, vendo um corpo emborcado aproximar-se flutuando, entrou nas ondas para buscá-lo, e agarrando-o pelos cabelos o trouxe até a areia. Já estava quase chamando Lisíope, quando, ao virá-lo de rosto para cima, percebeu ser um homem jovem e lindo,. Tão lindo como nunca havia visto antes. Tão lindo, que preferiu ela própria buscar água para lavar aquele sal, ela própria, com seu pente de concha, desembaraçar aqueles cachos.
Porém, ao envolvê-lo no lençol ocultando-lhe corpo e rosto, tão grande foi seu sofrimento que, num susto, descobriu-se enamorada.
Não, ela não devolveria aquele moço ao oceano, pensou com fúria de decisão. E rápida, antes que Lisíope chegasse, correu para uma língua de pedra que estreita e cortante avançava mar adentro.
- Morte! – chamou em voz alta chegando na ponta. – Morte! Venha me ajudar.
Não demorou muito, e sem ruído a morte saiu de dentro d’água.
- Morte! – disse Lânia em ânsia, - desde sempre aceito tudo o que você me traz, e trabalho sem nada pedir. Mas hoje, em troca de tantos que te devolvi, peço que seja generosa, e me dê o único que meu coração escolheu.
Tocada por tamanha paixão, concordou a morte, instruindo Lânia: na maré vazante deveria colocar o corpo do moço sobre a areia, com a cabeça voltada para o mar. Quando a maré subisse, tocando seus cabelos com a primeira espuma, ele voltaria à vida.
Assim fez Lânia. E assim aconteceu que o moço abriu os olhos e o sorriso.
Mas em vez de sorrir só para ela que o amava tanto, desde logo sorriu mais para Lisíope, e só para Lisíope parecia ter olhos.
De nada adiantavam as insistências de Lânia, as desculpas com que tentava afastá-lo da irmã. De nada adiantava enfeitar-se, cantar mais alto que as ondas, quanto mais exigia, menos conseguia. Quanto mais o buscava para si, mais à outra ele pertencia.
Então um dia, antes do amanhecer, ajoelhada sobre a ponta de pedra, Lânia chamou novamente:
- Morte! Morte! Venha me atender.
E quando a silenciosa chegou, em pranto e raiva pediu-lhe que atendesse só o último de seus pedidos. Levasse a irmã. E nada mais quereria.
Seduzida por tamanho ódio, concordou a morte. E instruiu: deveria deitar a irmã na areia lisa da maré vazante, em noite de lua, com os pés voltados para o mar. Quando, subindo a água, o primeiro beijo de sal aflorasse, ela a levaria.
E assim foi que Lânia esperou uma noite de luar, quente e perfumada, e chegando perto de Lisíope lhe disse:
- Está tão linda a noite, minha irmã, que preparei tua cama junto à brisa, lá onde a areia da praia é mais fina e mais lisa.
E conduzindo-a até o lugar onde já havia posto seu travesseiro, ajudou-a a deitar-se, cobrindo-a com o linho do lençol.
Em seguida, sorrateira, esgueirou-se até uma árvore que crescia na beira da praia, e subiu até o primeiro galho, escondendo-se entre as folhas. De olhos bem abertos, esperaria para ver cumprir-se a promessa.
Mas a noite era longa, na brisa vinha cheiro de jasmim, o mar apenas murmurava. E aos poucos, agarrada ao tronco, Lânia adormeceu.
Dorme Lânia na árvore, dorme Lisíope perto d’água, quando um raio de luar vem despertar o moço que dorme, quase a chamá-lo lá fora com todo seu encanto. Ele se levanta e sai. Estonteado de perfumes caminha, vagueia lentamente pela ilha, até chegar à praia, e parar junto a Lisíope. No sono, o rosto dela parece fazer-se ainda mais doce, boca entreaberta num sorriso.
Sem ousar despertá-la, o jovem se deita ao seu lado. Depois, bem devagar, estende a mão, até tocar a mão delicada que emerge do lençol. Sobe o amor no seu peito. Na noite, a maré sobe, e vem encontrá-los, mãos dadas sobre a fina areia.
Já era dia quando Lânia, empoleirada no galho, despertou. Luz nos olhos, procurou na claridade. Viu o travesseiro abandonado. Viu o lençol flutuando ao longe. Da irmã nenhum vestígio.
- A morte fez o combinado – pensou, descendo para correr ao encontro do moço.
Mas não correu muito. Diante de seus passos, estampada na areia, deparou-se com a forma de dois corpos deitados lado a lado. A maré já havia apagado os pés, breve chegaria à cintura. Mas na areia molhada a marca das mãos se mantinha unida, como se à espera das ondas que subiam.

A escritora e artista plástica Marina Colasanti nasceu em Asmara (Eritréia), na África. Desde 1948 mora no Brasil. Já escreveu 33 livros, entre ensaios, contos e obras infanto-juvenis. Em 1994 ganhou dois prêmios Jabuti com os livros Rota de colisão, e Ana Z, aonde vai você?. Marina é, ainda, a maior autoridade do país em contos de fadas, como criadora e ensaísta. Conquistou o Prêmio Norma Fundalectura, um dos mais importantes da América Latina, pelo livro Longe Como o meu Querer. A escritora também exerceu intensa atividade jornalística. Foi redatora do Caderno B e do Caderno Infantil, do Jornal do Brasil, de 1962 a 1973. Assinou seções nas revistas Senhor, Fatos&Fotos, Claudia, entre outras.
Marina Colasanti vive no Rio de Janeiro.