PALESTRAS/REUNIÕES PÚBLICAS

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PALESTRAS/REUNIÕES PÚBLICAS - Às 4ª e 6ª feiras às 20 hs. e aos sábados às 15 hs

MARÇO - 2013

6ª feira -01 - Expositor/Tema: Jorgina Souza/Encarnação uma Lei Divina

Sábado - 02 - Expositor/Tema: Estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo

4ª feira - 06 -
Expositor/Tema: Luiz Antonio A de Souza/A Casa Espírita esta atendendo à causa Espírita?

6ª feira - 08 -
Expositor/Tema: Stela Pereira/Voz da Consciência

Sábado - 09 -Expositor/Tema: Estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo

4ª feira - 13 -
Expositor/Tema:Deuza Nogueira/Justiça social: uma questão de amor ao próximo

6ª feira - 15 - Expositor/Tema: Eduardo Henrique/A fórmula da caridade

Sábado - 16 - Expositor/Tema: Estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo

4ª feira - 20 -
Expositor/Tema: Wilsom Ribeiro/A fé transporta montanhas

6ª feira - 22 - Expositor/Tema:Rosane Moreira/O Evangelho e a atualidade

Sábado - 23 - Expositor/Tema: Estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo

4ª feira - 27 - Expositor/TemaCláudio Amaral/Despertar da Consciência: uma nova visão da vida

6ª feira - 29 - Expositor/Tema: Prece aos Desencarnados - Marcos Nunes/Vigiemos e Oremos-Parábola dos 1º Lugares

Sábado - 30 - Expositor/Tema: Estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo



ESDE - ESTUDO SISTEMATIZADO DA DOUTRINA ESPÍRITA
Dia/Horário: todas as 2ª feiras às 19 hs

(São comtemplados todos os livros do Pentateuco, com os alunos divididos em grupos de estudo)


ESTUDO DAS OBRAS DE ANDRÉ LUIZ
Todas as 6ª feiras às 18:30h


ATENDIMENTO FRATERNO
ÀS 6ª feiras à partir das 18 hs.





sábado, 23 de fevereiro de 2013

Um Homem deitado no chão (Paulo Coelho)


UM HOMEM DEITADO NO CHÃO 
Havia um homem de aproximadamente 50 anos, deitado no calçadão de Copacabana.  Eu passei por ele, lancei um rápido olhar, e continuei meu caminho em direção a uma barraca onde sempre costumo beber água de côco.

Em minhas andanças, já cruzei centenas, milhares de vezes por homens, mulheres ou crianças deitadas no chão.  Como alguém que costuma viajar, já vi a mesma cena em praticamente todos os países onde estive – da rica Suécia à miserável Romênia.

Vi pessoas deitadas no chão em todas as estações do ano: no inverno cortante de Madrid, Nova York ou Paris, onde ficam perto do ar quente que sai das estações do Metrô.
No sol escaldante do Líbano, entre os edifícios destruídos por anos de guerra.

Pessoas deitadas no chão – bêbadas,. desabrigadas, parindo, dormindo, morrendo, cansadas – não constituem novidade na vida de ninguém.

Precisava ir rápido para casa, pois tinha uma entrevista com Juan Arias, do jornal espanhol  “El País”. 
No meu caminho de volta, vi que o homem continuava ali, deitado debaixo do sol – e todos que passavam agiam como eu: olhavam, seguiam adiante.

Acontece que – embora eu soubesse disso – minha alma já estava cansada de ver a mesma cena.  Quando tornei a passar por ali algo dentro de mim falou mais forte, ajoelhei-me, e tentei levantá-lo.
Ele não reagia. Virei sua cabeça, havia sangue perto de sua têmpora.  E agora?  Limpei sua pele com minha camisa; não parecia grave, era um corte superficial.

Neste momento o homem começou a murmurar algo como: - pede para não me baterem mais.... não me batam.

Bem estava vivo; agora precisava tirá-lo daquele sol escaldante do chão de Copacabana, e fazer o que, meu Deus, vou chamar a polícia!

Parei o primeiro cidadão que passava, pedi que me ajudasse a arrastá-lo até a sombra. O cidadão estava de terno, carregava pasta e embrulhos, mas largou tudo e veio me ajudar. Deixei o homem deitado na sombra, fui andando em direção à minha casa – sabia que havia uma cabine da PM no caminho. Mas antes cruzei com dois soldados: “- Tem um homem deitado no chão, machucado, diante do número 32, seria bom chamar uma ambulância”-  eu disse.

Os policiais disseram que iam tomar providências.  Oh! A boa ação do dia! O problema agora estava em outras mãos, eu estava tranqüilo, elas que eram autoridades que se responsabilizassem.

Não tinha dado dez passos, e um estrangeiro me interrompeu. – “Vi o senhor falando com os policiais, eu já havia avisado a eles a duas horas atrás, sobre o homem deitado na calçada. Eles disseram que, desde que não seja um ladrão, não é problema deles.

Não deixei que o homem terminasse de falar. Voltei até os guardas, convencido de que sabiam quem eu era.
-          O senhor é alguma autoridade? Perguntou um deles, notando o meu jeito decidido de falar.
Percebi que eles não tinham noção de quem eu era.
-          Não, não sou autoridade, mas nós vamos resolver este problema agora!

Eu estava mal vestido, camiseta manchada com o sangue do homem, bermudas, suado. Eu era um homem comum, anônimo, sem qualquer autoridade além do meu cansaço de ver gente deitada no chão, durante dezenas de anos de minha vida, sem jamais ter feito absolutamente nada.

Esta consciência mudou tudo. Tem um momento, que você fica além de qualquer bloqueio ou medo, fica corajoso. Tem um momento em que seus olhos ficam diferentes, sua voz muda, e as pessoas entendem que você está falando sério.  Os guardas temendo ou acatando a minha disposição foram comigo, e chamaram a ambulância.
Na volta para casa, recordei as lições daquela caminhada:
1ª - Todo mundo, qualquer um,  pode parar ou modificar uma ação, um fato, um acontecimento.
2ª - Independente da ação ser para o  bem ou para o mal, há sempre alguém para dizer: “agora que começaste, vá até o final”.
3ª - Todo mundo é autoridade e pode, quando está absolutamente convencido do que está fazendo
Paulo Coelho

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