Os homens reúnem-se no mundo para pedir, reclamar, maldizer. Legiões humanas devotadas à fé entregam-se para que as comandes; multidões sintonizam contigo buscando servir-Te.
Permite-nos, agora, um espaço para a gratidão por estes dias de entendimento fraternal, vividos na Casa que nos emprestaste para o planejamento das atividades evangélicas do futuro.
Como não estamos habituados a agradecer e louvar sem apresentar o rol das nossas súplicas, permite-nos faze-mo de forma diferente.
Quando, quase todos pedem pêlos infelizes, nós nos atrevemos a suplicar pêlos infelicitadores.
Quando os corações suplicam em favor dos caídos, dos delinqüentes, dos que se agridem, nós nos propomos a interferir em beneficio dos que fomentam as quedas, os delitos e a violência; quando os pensamentos se voltam para interceder pêlos esfomeados, os carentes, os desiludidos, nós nos encorajamos a formular nossas rogativas por aqueles que respondem por todos os erros que assolam a Terra, estabelecendo a miséria social, a falência moral e a queda nas rampas éticas do comportamento.
Não Te queremos pedir pelas vítimas de todos os matizes, senão, pelos seus algozes, os que obscureceram os sentimentos, a consciência e a conduta, comprazendo-se, quais quadrúpedes ferozes, sobre os cadáveres dos vencidos.
Tu que és o nosso pastor e prometeste apoio a todas as ovelhas, tem misericórdia deles, os irmãos que se cegaram a si mesmos e, enlouquecidos, ateiam as labaredas do ódio na Terra e fomentam as desgraças que dominam o mundo.
Tu podes fazê-lo, Senhor, e é por isso que, em Te agradecendo todas as dádivas da paz que fruímos, não nos podemos esquecer desses que ardem nas labaredas cruéis da ignorância, alucinados pelo desequilíbrio que os tomam profundamente infelizes.
Retira dos nossos sentimentos de amor a cota melhor e canaliza-a para os irmãos enlouquecidos na satisfação íntima do prazer, que enregelaram o coração longe dos sentimentos de humanidade e que terão de despertar, um dia, sob o castigo da consciência que ninguém poupa.
Porque já passamos, em épocas remotas, por estes caminhos, é que Te suplicamos por eles, os irmãos mais infelizes que desconhecem a própria felicidade.
Quanto a nós, ensina-nos a não fruir de felicidade enquanto haja na Terra e na Pátria do Cruzeiro os que choram, os que se debatem nos esconderijos da perturbação, e consciente ou inconscientemente Te negam a sabedoria, o amor e a condução de ternura como Pastor de nossas vidas.
Quando os teus discípulos, aqui reunidos, encerramos essa etapa, damo-nos as mãos, e, emocionados, repetimos como os mártires do passado:
-Ave Cristo! Em Tuas mãos depositamos nossas vidas, para que delas faças o que Te aprouver, sem nos consultar o que queremos, porque só Tu sabes o que é melhor para nós
Bezerra de Menezes
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