Pétalas abertas como quem deseja abraçar a luz solar, o girassol é uma flor belíssima, que nos serve de inspiração para este singelo texto. Minha modesta pretensão é convidar o amigo leitor para uma reflexão metafórica, tais quais os girassóis, estamos virados para o Sol?
O Sol de nossas existências, sem dúvidas, é Deus, nosso Pai, assim como o girassol se volta para a sua fonte máxima de luz, nós nos voltamos para a nossa. Certo?
Muitos de nós não nos voltamos para Deu como o girassol se volta para o Sol. Muitas vezes escolhemos à sombra dos vícios a escuridão do individualismo. Nesse passo, vivendo como mariposas assustadas, fugimos para a luz efêmera e tênue de lamparinas inconstantes na noite escura.
Os girassóis, a seu tempo, não conseguem superar a barreira de nuvens que pode, eventualmente, encobrir o Sol. Nós, de nossa parte, podemos superar as barreiras espessas provocadas pelas formas-pensamento nebulosas que criamos quando nos entregarmos aos prazeres do eu absoluto: do sexo fácil e desenfreado; do luxo que agride; do poder administrado em função da supremacia e das ideologias excludentes; do mal uso social da beleza e da arte; do dinheiro e da fama; da retórica e, finalmente, do descaso que temos para com a nossa casa comum, a Terra.
Possuímos a força da oração. Uma força latente e competente para a superação da treva. Mas, que dorme em algum lugar distante do raio de ação da vontade. Nossa vontade, como disse bem Léon Denis é a expressão do movimento do espírito e a sua esteira de ação, simultaneamente.
Desenvolver a vontade de orar é coisa difícil nesses tempos de transição, mas, urgente. Se por um lado, começar uma prática regular de orações não é fácil, mais difícil é viver como cristãos sem demandar esse mínimo esforço. É preciso esforço. A oração não é produto do acaso ou das circunstâncias. Mas, movimento consciente do espírito. Não basta freqüentar um grupo religioso qualquer. É preciso um movimento endógeno que se concretize numa prática caritativa.
Um movimento da vontade do espírito de se voltar para o Pai pela mentalização e pela prática, pois sem a prática cristã, que é a caridade, o indivíduo não será inteiro na sua própria oração. O movimento é interrompido e a vontade bloqueada exatamente no momento crucial em que a pessoa precisaria desenvolver seu intento comunicativo com a divindade numa certa práxis muito bem descrita e explicada em O Evangelho Segundo o Espiritismo: A caridade .
Alberto Varjão Jr
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